
Confira como Introduzir Alimentação Saudável na Educação Infantil em 10 passos
A primeira infância é um período de descobertas, aprendizado e desenvolvimento. Nessa fase, as crianças começam a explorar cores, cheiros, sons, texturas e sabores, além de desenvolverem habilidades motoras, emocionais e cognitivas.

A alimentação saudável na educação infantil desempenha um papel essencial nesse período, não apenas do ponto de vista nutricional, mas também como fator determinante para um crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Uma alimentação equilibrada nos dois primeiros anos de vida garante a oferta dos nutrientes necessários para o crescimento infantil e tem impacto direto na saúde geral da criança. Crianças desnutridas têm maior risco de doenças, o que pode afetar inclusive a mortalidade infantil.
Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a taxa de 12,5 óbitos por mil nascidos vivos em 2023 pode cair para 5,8 a cada mil bebês em 2070. Esse dado reforça a importância de investir na nutrição infantil desde os primeiros anos de vida.
A importância da alimentação saudável na infância
A infância é um momento crucial para a formação de hábitos alimentares. Crianças que crescem consumindo alimentos saudáveis têm maior probabilidade de manter essa alimentação ao longo da vida, reduzindo o risco de doenças crônicas na fase adulta.
O alerta é claro: o consumo precoce de açúcar aumenta as chances de ganho de peso excessivo na infância, o que pode levar à obesidade e outras complicações de saúde na vida adulta.
Recomendação: evite oferecer açúcar e produtos ultraprocessados nos dois primeiros anos de vida, pois eles contribuem para hábitos alimentares não saudáveis e dificultam a aceitação de alimentos naturais, como verduras e legumes.
O que é uma alimentação adequada e saudável para crianças?

O primeiro contato do bebê com a alimentação natural acontece através do leite materno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda:
- Aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade. O leite materno supre todas as necessidades nutricionais do bebê nesse período.
- Introdução alimentar a partir dos seis meses, sempre complementando o leite materno.
- Base da alimentação deve ser composta por alimentos in natura ou minimamente processados.
Evite alimentos ultraprocessados!
Alimentos ultraprocessados são ricos em açúcar, sal, gorduras e aditivos químicos, representando riscos para a saúde infantil. Além disso, a publicidade enganosa contribui para a confusão dos pais, que muitas vezes acreditam estar oferecendo opções saudáveis para seus filhos.
A orientação é esclarecer os adultos sobre os riscos dos ultraprocessados e incentivar escolhas mais nutritivas e naturais.
Como tornar a alimentação infantil saudável e prazerosa?

O momento da refeição deve ser agradável e prazeroso. Compartilhar as refeições com a família cria um ambiente positivo para a alimentação.
A criança aprende observando os adultos. Se a família tem hábitos saudáveis, as chances de a criança aderir a uma alimentação equilibrada são maiores.
Exploração sensorial: estimular a criança a tocar os alimentos, sentir suas texturas e aromas contribui para um melhor relacionamento com a comida.
A mesma refeição da família pode ser oferecida à criança, desde que seja saudável. O que muda é a consistência e a quantidade, conforme a idade.
10 Dicas para uma alimentação saudável na educação infantil

- Fale de maneira positiva sobre os alimentos
Evite categorizar os alimentos como “bons” ou “ruins”. Esse tipo de pensamento pode gerar culpa e aumentar a vontade da criança de consumir alimentos “proibidos”.
- Confie na autorregulação da criança:
Crianças têm mecanismos naturais de fome e saciedade. Respeitar esses sinais evita problemas futuros, como compulsão alimentar.
- Evite açúcar antes dos dois anos:
Alimentos ricos em açúcar, como doces, biscoitos recheados e refrigerantes, não devem ser oferecidos a crianças menores de dois anos.
- Não foque no peso da criança:
A fase infantil é de crescimento e desenvolvimento, e a preocupação excessiva com o peso pode impactar negativamente a saúde mental da criança.
- Mantenha as crianças longe de dietas restritivas:
Dietas podem gerar deficiências nutricionais e aumentar o estresse. A melhor abordagem é oferecer uma alimentação equilibrada e variada.
- Priorize uma alimentação variada e natural:
Ofereça alimentos de diferentes grupos:
- Leguminosas (feijões, lentilha, grão-de-bico)
- Cereais integrais (arroz, aveia, quinoa)
- Frutas, legumes e verduras
- Oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas)
- Leite e derivados
- Carnes e ovos
- Introduza novos alimentos sem pressões

Se a criança rejeitar um alimento, não force. Continue oferecendo de forma natural e sem insistência, para que ela se familiarize com ele.
- Ofereça água sempre que necessário:
A água deve ser a principal fonte de hidratação. Sucos naturais devem ser consumidos com moderação, pois podem conter altos níveis de açúcar natural.
- Evite recompensar a criança com comida
Dizer “se comer legumes, ganha chocolate” cria uma associação negativa, onde a criança passa a enxergar os vegetais como um castigo e os doces como recompensa.
- Crie um ambiente agradável para a alimentação
As refeições devem acontecer em um ambiente tranquilo, sem distrações e comentários negativos sobre o corpo ou a quantidade de comida ingerida.
Conclusão
Investir em alimentação saudável na infância é essencial para um desenvolvimento físico e mental equilibrado. Criar hábitos saudáveis desde cedo não apenas reduz o risco de doenças crônicas, mas também contribui para um relacionamento positivo com a comida ao longo da vida.
A educação alimentar começa em casa e na escola! Com informações corretas e incentivo ao consumo de alimentos naturais, as crianças podem crescer mais saudáveis, ativas e felizes.