
Dieta para hipertensos: o que é indicado e o que deve ser evitado
Uma dieta para hipertensos precisa ter como objetivo o controle eficaz da doença. Por isso, é fundamental priorizar uma alimentação rica em frutas, legumes e alimentos integrais, como sementes, arroz, pães, farinhas e massas integrais, além de grãos como aveia, grão-de-bico e feijão.

Também é importante optar por preparações com baixo teor de gordura, leite e derivados desnatados, peixes e carnes magras. Vale investir em gorduras boas, como o azeite, utilizado no lugar de óleos comuns no preparo dos alimentos. Sementes ricas em ômega-3 — como linhaça, chia, castanha, nozes e amendoim — são ótimas aliadas na rotina alimentar.
Com o apoio da nutricionista Isabela Klein, da ProSaúde, reunimos os alimentos indicados e os que devem ser evitados na dieta de quem convive com a hipertensão. Confira:
O que é indicado na dieta para hipertensos
Frutas cítricas

Acerola, laranja, goiaba, limão e outras frutas ricas em vitamina C contribuem para o bom funcionamento do organismo e ajudam a manter a pressão arterial equilibrada.
O nutricionista alerta, no entanto, que a vitamina C não tem efeito milagroso:
“O nutriente reduz as chances de adoecer, mas não atua como proteção total. O ideal é manter uma alimentação variada, com alimentos fontes de vitamina C e outros minerais benéficos”, destaca.
Vitamina A

Assim como a vitamina C, a vitamina A e os betacarotenos têm ação antioxidante e podem auxiliar na prevenção de doenças crônicas, como a hipertensão. Essa vitamina também favorece a circulação sanguínea. Alimentos como manga, melancia, mamão, cenoura, abóbora, couve e espinafre são excelentes fontes.
Peixes oleosos

Atum, sardinha e salmão possuem alto teor de ômega-3, nutriente que atua na resposta inflamatória do organismo, beneficiando a imunidade e o sistema cardiovascular. O consumo regular pode ajudar no controle da hipertensão, diabetes e outros problemas cardíacos.
Oleaginosas, abacate e azeite

Fontes de gorduras insaturadas, alimentos como nozes, castanhas, abacate e azeite de oliva ajudam a elevar os níveis de HDL (colesterol bom) e oferecem proteção ao coração.
Vale lembrar que, mesmo sendo saudáveis, o consumo excessivo pode ser prejudicial.
Reduzir o sal e apostar em temperos naturais
Substituir o sal por ervas aromáticas — como alho, cebola, salsa, alecrim, orégano e manjericão — é uma forma de manter o sabor dos alimentos sem prejudicar a pressão arterial.
O que deve ser evitado
Ultraprocessados
A maioria dos alimentos ultraprocessados é pobre em nutrientes e tem alto potencial inflamatório.
“Eles contêm quantidades elevadas de sódio, açúcares e gorduras trans. O consumo excessivo compromete diversas funções do corpo”, alerta a nutricionista.
Frituras
Ricas em gorduras saturadas, as frituras contribuem para o aumento do colesterol LDL (conhecido como “ruim”) e podem obstruir as artérias, favorecendo a hipertensão.
O ideal é substituir o preparo em óleo por métodos mais saudáveis, como o uso da air fryer ou do forno.
Carne vermelha
Embora não seja proibida, deve ser consumida com moderação. Em excesso, pode favorecer o acúmulo de gordura nas artérias, elevando o risco de hipertensão e doenças cardiovasculares.
“O peito de frango, por exemplo, tem de 30% a 40% menos gordura e cerca de 15% menos calorias do que a carne vermelha”, explica Isabela.
Sal
Apesar de essencial em pequenas quantidades, o excesso de sal é extremamente prejudicial para hipertensos.
“É fundamental verificar os rótulos dos alimentos e buscar aqueles com ‘baixo teor de sódio’ — cerca de 140 mg ou menos por porção”, orienta o nutricionista.
A recomendação diária de sódio para quem tem hipertensão é de, no máximo, 2 gramas — o equivalente a cerca de uma colher de chá de sal.
Óleo de coco
Ainda cercado de controvérsias, o óleo de coco é rico em gordura saturada, o que pode elevar o risco de problemas cardíacos.
“O consumo exagerado pode contribuir para o ganho de peso e sobrecarga do organismo”, adverte o especialista.
Açúcar
Embora os alertas se concentrem muitas vezes no sal, o consumo excessivo de açúcar também pode agravar a hipertensão de forma indireta.
“O açúcar favorece o ganho de peso e o acúmulo de gordura corporal, o que pode resultar em hipertensão, diabetes, dores articulares e colesterol alto”, conclui Isabela.